NAS ONDAS DO RÁDIO
“Like flowers need rain, you know, I need you”!
Há muitos anos essa música do grupo “América” não me sai da cabeça, é uma canção muito bonita que fala de amor e da necessidade de se estar juntos.
Dentro de um campo do cerrado no planalto central, observava a poesia que emanava das forças da natureza. Podia ver o sol se pondo junto à linha da estrada, um vento suave e doce fazia bailar os pequenos arbustos como um grupo de dança folclórica. “A liberdade tem cheiro de mato” exclamei! Estava tudo tão perfeito...
As horas se passavam e eu não queria deixar aquele lugar, era como se estivesse magnetizado olhando o horizonte da curvatura da terra e medindo os centímetros da movimentação do sol junto a ele. De repente toda essa harmonia fôra quebrada pelo tilintar das ondas de rádio, trazidas pelas correntes invisíveis.
- Alô onde estás! Quero ouvir a tua voz. Não houve resposta... A noite caía bem devagar como uma ampulheta a contar os grãos de areia, o coração fora inundado pela saudade, e a paisagem se tornara uma penumbra a ser esmaecida.
- “diz agora o que eu faço pr’a viver,
se a cada dia não consigo te esquecer”... - Michael Sullivan Meu subconsciente não parava de cantarolar esta canção, sentado dentro do meu carro te imaginava pr’a vida inteira, meu peito abrira em soluços: de que serve o cheiro de mato, o vento a tocar em meu rosto, o gosta da liberdade, se seu preço é caro demais.
Como uma miragem no deserto, não pude deixar de notar que a paisagem perdera a sua realeza com a chegada da noite. O silêncio se tornara cúmplice, não percebera que os raios de sol é que davam vida e harmonia.
“Metade de mim, te ama e te adora,
outra metade de mim precisa ir embora,
estou com medo de ser feliz outra vez, então vem, vem viver outra vez, aqui”... – Vanessa Camargo
Com o ouvido ligado nas ondas do rádio, ouvia outra canção que afagada a minha dor; ainda conectado no horizonte que lembrava mais uma vida sem altos e baixos, tentava equalizar a mente e o coração para ritmarem numa só freqüência.
“Eu vou equalizar você,
numa freqüência que só agente sabe,
te transformar numa canção
pra ter você dentro de mim” – Pitty.
Não pude deixar de notar o mugido da boiada que de longe também demonstravam passividade, harmonia e cumplicidade. Senti vonta de ser criança e em teu seio afagar a minha fome... sorte do bezerro...
“101,7 FM... eu tô cansado da fazenda
e de ver cara de boi,
eu vou pra onde a minha mulher foi” – Rio Negro e Solimões. Por Paulo figueiredo
A Liberdade tem cheiro de mato.
Sinto a briza no ar.
A liberdade tem cheiro de mato.
Vislumbro o horizonte por entre os arbustos.
As árvores bailam ao som do vento.
Alô! Onde estás
estou esperando tua resposta
pois, não acredito na distância.
Toque-me pelas ondas de rádio
quero ouvir tua voz com ressonância
Não há liberdade
Sem você ao meu lado
se é o teu amor que me alimenta,
de que me adianta o cheiro de mato.
A briza agora não importa
te imaginei pra vida inteira
diz agora o que fazer
se eu tenho inveja do vento que te toca
e do sol a te aquecer
O Horizonte faz lembra
uma vida sem viver
de que adianta o pôr do sol
se minha luz é você.
Por Paulo Figueiredo
Por Paulo Figueiredo
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